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20 de jul. de 2009

003 - Perdoando Para Ser Perdoado

Introdução:

A doutrina bíblica do perdão é uma das mais importantes da fé cristã. Tal é a sua importância, que o Senhor Jesus a incluiu na oração que ensinou aos seus discípulos, que intitulamos de “A Oração Dominical ou do Pai Nosso”: “Portanto, vós orareis assim: Pai nosso, que estás no céu, santificado seja o teu nome; venha o teu reino; faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu; o pão nosso de cada dia dá-nos hoje; perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores; e não nos deixes cair em tentação; mas livra-nos do mal [pois teu é o reino, o poder e a glória para sempre. Amém!” (Mt 6. 9-13).

Note a importância do perdão: “e perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores” (v.12). A oração em suma diz: “Pai perdoa-nos da mesma maneira, da mesma forma, do mesmo jeito, que nós perdoamos a quem nos ofendeu”. Se a pessoa não perdoa verdadeiramente, nem sei se posso usar esta expressão “verdadeiramente”, pois, se entende que, alguém que use da prerrogativa de conceder perdão, deve ser verdadeiro, mas... se a pessoa usar de falsidade ou de mentira ao oferecer o seu perdão a alguém, que a tenha feito algum tipo de mal, na realidade ela está fazendo um mal ainda maior a si mesma, pois certamente por não perdoar de fato, também não receberá perdão pelos seus erros diante de Deus.
O perdão é fruto da ação do Espírito Santo na pessoa. Uma pessoa não pode perdoar a outra perfeitamente, ou verdadeiramente, se não houver da parte do Espírito de Deus, uma ação direta no coração da que foi ofendida, esta ação é o único meio capaz de convencê-la a isentar de culpa ou a perdoar, quem a ofendeu. Logo, se a pessoa não permite a ação do Espírito, ela por si só, jamais vai conseguir perdoar verdadeiramente a quem a ofendeu.
É igualmente verdade, que o Espírito Santo, sendo o agente que leva a pessoa a perdoar, produz nela um convencimento de que não, deve nutrir ódio, rancor ou qualquer ressentimento de quem a ofendeu, e quando isso ocorre, certamente essa pessoa conseguiu verdadeiramente perdoar, e está apta, a receber também o perdão de Deus pelos seus erros.
É evidente para todo servo de Deus, que o princípio do perdão, funciona independentemente do arrependimento da pessoa que ofendeu, ou que fez o erro, haja vista ser uma ação unilateral, ou seja, o perdão tem que partir da pessoa ofendida, ainda mesmo que, o que ofendeu, não tenha tomado qualquer atitude no sentido de se arrepender do seu erro. O maior beneficiado é aquele que perdoa, independente de ter sido ele aquele, que mais sofreu o dano. Ao conceder perdão, isso gera em si bênção, saúde física e espiritual. Isso porque exprime uma qualidade, segundo o caráter do próprio Deus.
Devemos considerar o procedimento do Senhor Jesus, quando já pregado na cruz, referindo-se aos Seus próprios adversários e assassinos que d’Ele escarneciam, disse: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem...” (Lc 23: 34) Da mesma forma, seguindo o exemplo deixado por Jesus, Estevão, quando estava sendo apedrejado, fitou os olhos ao céu e exclamou: “Então, ajoelhando-se, clamou em alta voz: Senhor, não lhes imputes este pecado!” (At 7: 60).
Em ambos os casos, Jesus e Estevão, não só perdoaram seus executores, mas os defenderam diante do Pai. Essa atitude só se encontra naqueles, que são controlados e dirigidos pelo Espírito Santo de Deus.
O perdão é uma característica na vida do servo de Deus, que mostra que, em Deus, o amor supera a justiça. Aqueles que tem o Espírito do Senhor demonstram, que ser servo de Deus é principalmente também ter a capacidade de perdoar. Um exemplo de perdão, que observamos no AT é exatamente do homem, que a Bíblia diz que “tinha um coração segundo o coração de Deus”: Davi (I Sm 13. 14). Em vários episódios da vida de Davi, vemos que uma das grandes virtudes deste grande rei era o perdão. Davi perdoou a Saul, apesar de todo o mal que este rei lhe fez, a ponto de se entristecer com a notícia de sua morte.
Mas tarde, providenciou para que o único descendente de Saul, Mefibosete, filho de Jonatas, fosse restituído de todos os bens que haviam pertencido a Saul (II Sm 9). Davi, também perdoou a Abner, chefe do exército de Saul, que havia colocado no trono a Isbosete, quando da morte de Saul, prejudicando-o, contudo Davi fez com ele a paz e lhe prometeu honras, que só não se concretizaram diante da traição de Joabe (II Sm 3. 19-21, 28). Davi, também perdoou ao próprio filho Absalão, apesar da traição de que foi vítima, a ponto de ter sido destronado pelo filho, tendo lamentado, de coração, a sua morte. Sendo Davi um homem segundo o coração de Deus, aprendemos que Deus é, por natureza, um Deus perdoador (II Sm 18. 5, 33). E mais, porque Davi perdoava aqueles que lhe faziam o mal, foi objeto, também, do perdão divino quando cometeu horrível pecado (II Sm 12: 13). Por isso, Davi tinha plena consciência, que era muito melhor cair na mão de Deus, do que na mão dos homens (cf. II Sm 24. 14).
Um outro exemplo de extremo perdão, que observamos ainda no AT foi o de José. Vendido pelos irmãos como escravo, sem nunca lhes ter feito qualquer mal, José sofreu muitos anos uma humilhação sem conta no Egito. Posteriormente, pela mão de Deus, foi alçada a condição de governador do Egito, e, mais, teve em suas mãos, os irmãos que tanto mal lhe haviam causado. No entanto, José era um homem que temia a Deus e que tinha, portanto, o espírito perdoador. Perdoou a seus irmãos, e ainda lhes deu, uma vida boa e de ótima qualidade no Egito.
Após a morte de Jacó, seus irmãos, temerosos de que a beneficência tinha sido resultada da reverência e do respeito da reverência e do respeito, para com o velho pai, temeram uma reação de José, mas, então, José lhes mostra que o que havia ocorrido tinha sido um verdadeiro perdão, que tinha em Deus a sua origem (Gn 50. 14-21). José não retribuiu o mal que os irmãos tinham praticado, mas, garantiu o sustento de toda a sua família até a sua morte. Observe a afirmação de José: “Não temais; acaso, estou em lugar de Deus? Vós, na verdade, intentastes o mal contra mim; porém Deus o tornou em bem, para fazer, como vedes agora, que se conserve muita gente em vida. Não temais, pois; eu vos sustentarei a vós outros e a vossos filhos. Assim os consolou e lhes falou ao coração”(Gn 50. 19-21).

Veja três aspectos desse perdão:

1) José deixa com Deus a maldade que seus irmãos lhe fizeram (v. 19);

2) José vê o propósito de Deus, transformando a maldade de seus irmãos em benção (v. 20 cf Gn 45. 5-8);

3) José perdoa e paga com o bem, toda a maldade que sofreu de seus irmãos (v.21).

Deus usa o mal, que Satanás tenta nos impor, para derrubar toda a ação do diabo. Satanás passa a ser um agente de Deus para nos abençoar, pois querendo nos fazer mal, ele acaba contribuindo para que cresçamos na fé e nos aproximemos ainda mais de Deus.

Veja o que o Apóstolo Paulo nos recomenda: “Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem” (Rm 12. 21).

Quem tem o Espírito de Deus no coração, consegue perdoar, pois ele sabe que, maiores são os benefícios que Deus tem para ele, do que qualquer mal que alguém possa ter lhe feito, ou que ainda possa vir lhe fazer.
Há um ditado que diz: “ultrajando teu inimigo, tu te colocas abaixo dele; vingando uma injustiça que alguém tenha lhe feito, tu estarás no mesmo nível dele; mas, ao perdoar a quem te fez algum mal, tu estás acima dele”. E ainda outro: “Aquele que não perdoa, queima a ponte por onde ele mesmo terá que atravessar, para também ser perdoado” (Autores Desconhecidos).
O ensino bíblico sobre o perdão, é fundamental para a nossa vida e conduta, no entanto, creio, que é também o menos utilizado pelo povo de Deus. E isso, porque o inimigo de nossas almas, Satanás, sabe que sem perdoarmos, também não seremos perdoados. Não é possível que alguém se considere servo de Cristo, se não for capaz de perdoar o seu próximo.
Esse ensino é fundamental em nossa carreira cristã. No sermão do monte, Jesus ensina que, um requisito para que possamos servir a Deus, é estarmos em paz e comunhão com nossos irmãos. Nenhuma oferta pode ser apresentada a Deus, se tivermos alguma pendência com o nosso irmão (Mt 5. 24-26). Trata-se de uma exigência séria, e que nem sempre é observada pelos servos de Cristo. Deus não se agrada, nem aceita qualquer sacrifício, qualquer atitude de adoração ou de serviço, se um irmão tiver algo contra um outro. Será que temos atentado para esta verdade espiritual? Será que temos percebido, que algo que nos afasta da comunhão com Deus, é não estarmos em paz com os nossos irmãos?
Se formos até a um irmão, que nos tenha ofendido, e ele não aceitar a reconciliação, devemos tentar novamente, mediante a companhia de dois ou três outros irmãos. Caso não seja possível, ainda, a reconciliação, o assunto deve ser levado à Igreja. Só então, se não houver, mesmo assim, acordo, manda a Palavra que tratemos o irmão como gentio ou publicano, ou seja, estaremos desobrigados da reconciliação, passando esta pessoa a ser tratada como se não fosse irmão (Mt 18. 15-22). Deveremos, sempre, esgotar todas as alternativas de reconciliação. É este o sentido do ensino de Paulo quando diz: “quanto depender de vós, tende paz com todos os homens” (Rm 12. 18).
Após o sermão do monte, Jesus voltou a ensinar sobre o perdão. Ao dar o ensino, sobre a necessidade de se esgotar, todas as tentativas de reconciliação junto ao irmão ofendido, Pedro perguntou ao Senhor quantas vezes deveríamos perdoar. Jesus afirmou que deveríamos perdoar “setenta vezes sete” (Mt 8. 21,22). Esta afirmação de Jesus, não deve ser interpretada literalmente. Pedro havia perguntado a Jesus, se sete perdões seriam suficientes, e Jesus lhe respondeu que não deveria ser sete, mas setenta vezes sete. Não estabeleceu Jesus, aqui, um limite de quatrocentos e noventa perdões para uma mesma pessoa, mas, com esta expressão, Jesus quis afirmar que o perdão deveria ser ilimitado, ou seja, não havia qualquer limite máximo para se perdoar alguém. Devemos perdoar sempre, assim como, também sempre Jesus nos perdoa, por mais faltosos que sejamos.
Jesus Cristo, quando nos deixou os ensinos sobre o perdão, não foi um mestre teórico, que ensinou o perdão e não o praticou, como sabemos, por exemplo, no caso de Maomé, que, apesar de ter falado sobre o perdão no Alcorão, e não cessado de chamar Deus de misericordioso e clemente, não perdoou, nem teve piedade alguma dos seus inimigos, em suas guerras vingativas contra os seus opositores. Bem ao contrário do profeta do Islamismo, Jesus Cristo, quando foi pregado na cruz, como vimos anteriormente, deu um sublime exemplo de que ensinava com autoridade, ou seja, de que não só falava, mas também que praticava o que falava, ao interceder por seus próprios algozes (Lc 23. 34).
Será que temos tido este mesmo comportamento? Não podemos dizer, que esse comportamento é exclusivo do Filho de Deus, pois a Bíblia diz, que obras maiores nós faríamos do que Jesus fez, e Estevão, como vimos, é uma demonstração viva, de que o verdadeiro servo de Deus, que tem o mesmo Espírito, deve, portanto, comporta-se da mesma maneira (At 7. 60).
A falta de perdão é uma característica dos ímpios, daqueles que não conhecem o amor do Pai e que não tem o Espírito Santo. Paulo fala que na sua partida, iriam se infiltrar na Igreja de Éfeso, no meio do povo de Deus, falsos crentes, falsos mestres e obreiros fraudulentos, qual joio no meio do trigo. Estes, disse Paulo, “não perdoarão ao rebanho” (At 20. 29).

Observe, a questão referente a um homem, que ao ser perdoado uma grande dívida, não perdoou seu conservo, que lhe devia um valor extremamente pequeno (Mt 18. 23-35). Nesta parábola, Jesus deixa bem claro, que este credor incompassivo foi entregue aos atormentadores, até que pagasse tudo o que devia (Mt 18. 34).
Este ensino bem comprova, que o homem que não perdoar o seu semelhante, não poderá alcançar o perdão do Senhor, porque, na realidade, não tem nele o amor de Deus, e nem está em comunhão com o Senhor: “Vós sereis meus amigos se fizerdes o que eu vos mando” (Jo 15. 14).
Ora, como poderemos dizer que estamos em comunhão com Deus, se não estivermos perdoando aos nossos semelhantes?
Na ceia do Senhor (I Co 11. 17-34), Paulo também enfatiza a necessidade de aqueles, que estarão participando, de estarem em paz e em comunhão com os outros irmãos, para que assim, pudéssemos testificar que somos verdadeiros membros da igreja do Senhor. No ato da ceia, dizemos, que estamos em comunhão uns com os outros, e se não tivermos perdoado verdadeiramente os nossos semelhantes, como poderemos dizer que estaremos participando dignamente do corpo e do sangue do Senhor?
Se, estamos caminhando segundo os propósitos de Deus, se estamos servindo retamente ao Senhor, não poderemos jamais deixar de perdoar aos que nos ofenderam. Participar da ceia do Senhor, sem ter perdoado ao semelhante, é o mesmo que estar participando indignadamente do corpo e do sangue do Senhor, é estar chamando para si fraqueza, doença, e até, morte espiritual (I Co 11. 29-30). Grande é essa responsabilidade, e somente pela graça e misericórdia de Deus, poderemos estar sendo considerados aptos.
Quando Deus concede perdão. Ele faz de um modo completo e definitivo: “Não nos trata segundo os nossos pecados, nem nos retribui consoante as nossas iniqüidades. Pois quanto o céu se alteia acima da terra, assim grande é a sua misericórdia para com os que o temem. Quanto dista o Oriente do Ocidente, assim afasta de nós as nossas transgressões” (Sl 103. 10-12). Deus, cobre os nossos pecados, para que eles não venham mais a tona: “bem-aventurado aquele cuja iniqüidade é perdoada, cujo o pecado é coberto” (Sl 32. 1).
O testemunho do autor de Hebreus é importante, para entendermos que Deus esquece os nossos pecados: “Esta é a aliança que farei com eles, depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei no seu coração as minhas leis e sobre a sua mente as inscreverei", e acrescenta: "Também de nenhum modo me lembrarei dos seus pecados e, das suas iniqüidades, para sempre” (Hb 10. 16-17).

Imagine, caro irmão, perdermos todos esses benefícios, por não perdoarmos as ofensas, que por ventura alguém tenha nos feito. Por maior ou mais humilhante, que possa ter sido para nós, não é em nada comparado ao que fazemos em relação a Deus e a Sua obra, e mesmo assim, o nosso Pai misericordioso nos perdoa e esquece de todo o mal, que fizemos. Por isso, perdoe completamente, não toque mais no assunto com a pessoa que o ofendeu, não toque mais no assunto com outras pessoas, e principalmente, não toque mais no assunto consigo mesmo.

Veja: "E, quando estiverdes orando, se tendes alguma coisa contra alguém, perdoai, para que vosso Pai celestial vos perdoe as vossas ofensas. Mas, se não perdoardes, também vosso Pai celestial não vos perdoará as vossas ofensas" (Mc 11: 25-26).

O perdão é antes de tudo, um ato de obediência ao que o Senhor determinou (Lc 17. 3-10). Neste texto, diante da palavra de Jesus, os discípulos afirmaram: “Aumenta-nos a fé” (v.5). Para que possamos obedecer às palavras de Jesus, precisamos fazê-lo pela fé. As nossas consciências humanas, não conseguem entender, e agir como o Senhor recomenda, daí é uma questão de fé, não do que a natureza da carne quer que façamos, e sim, o que o Espírito quer que seja feito. Veja o que Jesus diz ainda: “Assim também vós, depois de haverdes feito quanto vos foi ordenado, dizei: Somos servos inúteis, porque fizemos apenas o que devíamos fazer” (v.10).
Tiago afirma: “Portanto, aquele que sabe que deve fazer o bem e não o faz nisso está pecando” (Tg 4. 17). Logo, quando alguém se recusa a conceder perdão, está deixando de fazer o bem, e nisso está pecando, e certamente o Senhor estará detendo o Seu perdão, para com essa pessoa que não perdoa.
Além dessas informações, bíblicas referente ao perdão, quero colocar ainda, algumas informações científicas do benefício de se perdoar. Pesquisas e estudos vêm comprovando os benefícios, tanto mentais quanto físicos, do ato de perdoar. O Dr. Fred Luskin, autor do livro “O Poder do Perdão”, estudou o assunto há vários anos, e em suas pesquisas, comprova o poder e os benefícios do perdão. O que a ciência está descobrindo agora, a Palavra de Deus já nos ensina a milhares de anos, contudo, é bom sabermos, que o perdão traz vários benefícios tanto para a alma, como ao corpo e a mente, mas principalmente, como um ato importante para a saúde do espírito.
O perdão não é impossível, nem mesmo nos casos mais graves, como vem tentando comprovar o Dr. Luskin, doutor em aconselhamento clínico e psicologia da saúde pela Universidade de Stanford. No ano de 1999, ele criou um projeto na Universidade de Stanford para o perdão, tendo combinado em sua pesquisa dissertativa uma técnica psicoterapêutica, focando a emotividade racional, com alguns estudos sobre o impacto das emoções negativas, como raiva, magoa e ressentimento, no sistema cardíaco.
Suas técnicas foram aplicadas em várias experiências, sendo uma delas, com dois grupos de pessoas, que foram atingidas pelos conflitos entre protestantes e católicos na Irlanda: um grupo, de mães que tiveram seus filhos mortos; e outro, de homens e mulheres que perderam algum parente. O estudo mostrou, que o perdão pode promover uma melhora na saúde física, pois esse grupo de pessoas, apresentou uma diminuição significante em sintomas como dores no peito, na coluna, náuseas, dores de cabeça, insônia e perda de apetite e etc. Dr. Luskin descreve o perdão, como sendo uma forma de se atingir a calma e a paz, tanto com o outro quanto consigo mesmo. A terapia que ele propõe, encoraja as pessoas a terem maior responsabilidade, sobre suas emoções e ações, e a serem mais realistas sobre os desafios e quedas de suas vidas.
No seu livro, “O Poder do Perdão”, ele explica o processo de formação de uma mágoa, e demonstra como tal fato, possui um efeito paralisante na vida das pessoas, baseado suas afirmações, nas investigações e em suas pesquisas, principalmente em seu Projeto da Universidade de Stanford para o perdão.
Registro agora parte, do que o Dr. Luskin fala sobre o perdão, extraído da entrevista, que ele deu a Revista Sexto Sentido 50, pág. 20-24: O perdão reduz a agitação que leva a problemas físicos. Perdoar reduz o estresse que vem de pensar em algo doloroso, mas não pode ser mudado. Ele também limita a ruminação que leva a sentimento de impotência que reduzem a capacidade de alguém cuidar de si mesmo. O perdão é uma cura.
A diminuição da ira e de mágoa vem de se vivenciar o perdão. O perdão é a experiência interior de se recuperar a paz e o bem-estar. Pode acontecer de alguém perdoar um dia, e a raiva voltar depois, e isso é normal. Dessa forma, o perdão é um processo que deve ser praticado. Se você permanece falando ou pensando com rancor de alguém, então o perdão ainda não aconteceu.
O momento certo para se perdoar é logo depois do tempo necessário para vivenciar a perda. Às vezes, a pessoa foi realmente prejudicada. O perdão não elimina esse fato; apenas o torna menos importante. O perdão implica que se pode ficar em paz mesmo tendo sofrido um mal. Não podemos escapar de todos os males, faz a pessoa continuar intranqüila, porque o problema ainda persiste. O perdão reconhece o mal, mas permite que o prejudicado leve a vida em frente. O perdão pode conviver com a justiça e não impede que se faça as coisas justas ou adequadas. Você apenas não as faz de uma perspectiva rancorosa ou transtornada.
Muitas situações são complexas e não se pode simplesmente distinguir nelas uma pessoa boa e uma ruim, mas sim, duas pessoas que criaram juntas uma situação difícil. É bom lembrar que o perdão pode ser estendido à própria pessoa e que, ás vezes, o perdão implica em reconciliar um relacionamento, e outras vezes, em abrir mão desse relacionamento. A ausência de perdão causa estresse sempre que se pensa em alguém que nos feriu e com quem não fizemos as pazes. Isso prejudica o corpo e provoca emoções negativas.


OS NOVE PASSOS DO PERDÃO - Segundo o Dr. Fred Luskin

1. Saiba exatamente como você se sente sobre o que ocorreu e seja capaz de expressar o que há de errado na situação. Então, relate a sua experiência a umas duas pessoas de confiança.

2. Compromete-se consigo mesmo a fazer o que for preciso para se sentir melhor. O ato de perdoar é para você e ninguém mais. Ninguém mais precisa saber sua decisão.

3. Entenda seu objetivo. Perdoar não significa necessariamente reconciliar-se com a pessoa que o perturbou, nem se tornar cúmplice dela. O que você procura é paz.

4. Tenha uma perspectiva correta dos acontecimentos. Reconheça que o seu aborrecimento vem dos sentimentos negativos e desconforto físico de que você sofra agora, e não daquilo que o ofendeu ou agrediu dois minutos - ou dez anos - atrás.

5. No momento em que você se sentir aflito, pratique técnicas de controle de estresse para atenuar os mecanismo de seu corpo.

6. Desista de esperar, de outras pessoas ou de sua vida, coisa que elas não escolheram dar a você. Reconheça as “regras não cobráveis” que você tem para sua saúde ou para o comportamento seu e dos outros. Lembre a si mesmo que você pode esperar saúde, amizade e prosperidade e se esforçar para consegui-los. Porém você sofrerá se exigir, que essa coisa aconteçam quando você não tem o poder de fazê-las acontecer.

7. Coloque sua energia em tentar alcançar seus objetivos positivos por um meio que não seja através da experiência que o feriu. Em vez de reprisar mentalmente sua mágoa, procure outros caminhos para seus fins.

8. Lembre-se de que uma vida bem vivida é a sua melhor vingança. Em vez de se concentrar nas suas mágoas – o que daria poder sobre você à pessoa que o magoou – aprenda a busca o amor, a beleza e a bondade ao seu redor.

9. Modifique a sua história de ressentimento de forma que ela o lembre da escolha heróica que é perdoar. Passe de vítima a herói na história que você contar.

(Extraído de: O Poder do Perdão - Dr. Fred Luskin - W11 Editores e a entrevista da Revista Sexto Sentido 50).

Creio, que não há mais dúvidas dos benefícios espirituais, emocionais e físicos do perdão. Não é sem razão, que a palavra de Deus, tanto nos recomenda e orienta a usarmos da prática do perdão, a ponto de Deus afirmar que, se não perdoarmos, não seríamos também perdoados.
Cabe a cada um de nós, amados, utilizarmos esses ensinamentos, para que de fato possamos perdoar aos homens as suas ofensas. O maior beneficiado, somos nós mesmos quando perdoamos. O Profeta Isaias afirma que devemos nos voltar para Deus, “porque é rico em perdoar” (Is 55.7).

Significativa, também, é a oração de São Francisco de Assis:
Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz.
Onde houver ódio, que eu leve o amor;
Onde houver ofensa, que eu leve o perdão;
Onde houver discórdia, que eu leve a união;
Onde houver dúvida, que eu leve a fé;
Onde houver erro, que eu leve a verdade;
Onde houver desespero, que eu leve a esperança;
Onde houver tristeza, que eu leve a alegria;
Onde houver trevas, que eu leve a luz.
Ó Mestre,
Fazei que eu procure mais
Consolar, que ser consolado;
Compreender, que ser compreendido;
Amar, que ser amado.
Pois, é dando que se recebe,
É perdoando que se é perdoado,
E, é morrendo que se vive para a vida eterna.
Amém!

Que essa riqueza de Deus, que é o perdão, esteja em nós, porque é perdoando que se é perdoado. Aleluia! Amém!

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